A entrada em massa da movement mag no nosso mercado fez-me pensar entre outras coisas no conceito de marketing indirecto. Não sou nenhum especialista em publicidade antes pelo contrário apenas me apoio no senso comum. Ora só a religiosidade com que se devora tudo o que é vindo da austrália explica certos fenómenos como o que estão a acontecer com algumas indústrias de fora. Falo de uma deslocalização do marketing, concentrando recursos e atenções onde estão os verdadeiros opinion makers, mas sem ter como alvo esse mercado. São contingências novas da globalização mas que muitas empresas perceberam atempadamente como forma de controlar a dicotomia custos-retorno. Um caso paradigmático é a pride bodyboards, que como toda a gente sabe é uma companhia Europeia. Toda a sua estratégia de marketing foi concentrada nos riders, ondas e mercado australiano. No fundo fizeram os possíveis por transformar a pride numa marca aussie. As referências à Europa foram subtilmente apagadas, assim como os riders, e pior, o investimento. Nunca mais ouvi falar do Cedric Dufaure que antes seguia o mundial, o batata que eu saiba mudou de patrocinador, e nas canárias Ernesto Evana também. Agora sua última campanha remete-nos para uma ideia de que estejam "a formar" um team na europa.
No entanto pelos dados que tenho, o sempre protector mercado aussie está longe de estar cativado pela pride e lá são vistos como uma marca "de fora".
Mas não creio que a pride esteja preocupada pois esta estratégia camaleónica tem como objectivo final apenas manter o mercado europeu. De facto hoje em dia sinónimo de coolness e qualidade é ser da austrália. Existem conceitos simbólicos, que os markteers conhecem bem, que valoram um produto independentem do produto em si. Um pouco como acontece com o mercado da música e a geração MTV. A pride apenas quis atrelar-se ao comboio. Porque acham que num continente de tantas ondas não há marcas europeias? Ou que no berço da moda e alta costura praticamente só se consuma 3 marcas de surfwear de fora? Eles (os fabricantes) intelígentemente entenderam isto: O consumidor exige ser manipulado. Assholes.
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