O tow está para ficar por uma razão muito simples. Torna o difícil banal. O apetite dos media por imagens de choque faz o resto. Mas tudo faz parte do grande engano.
Arrisco-me a dizer que fazer tow é uns 90% mais facil do que entrar num pico a remar. A prova disto é que de repente surgem "bigriders" como pipocas sem qualquer tradição ou curriculo na remada em ondas grandes. Por todo o mundo, os limites que se julgavam inacessíveis tem sido quebrados constantemente e a grande dificuldade começa a ser simplesmente lidar com o crowd. Quando chega a hora de dropa-las, todos, inclusive nomes desconhecidos, parecem aptos a desce-las a mil à hora com segurança. Irlanda, Portugal, Espanha, California, Mexico ou Tahiti são apenas alguns dos exemplos onde ondas que ninguém se atrevia são agora possíveis. De vez em quando morre alguém que teima em remar para as ondas como aconteceu agora em ghost trees. E nem dropam as maiores, os limites da remada continuam perfeitamente os mesmos. Simplesmente é outra dimensão do surfar.
Face à facilidade, cada vez mais os novos big riders vão-se interrogar se valerá a pena o risco. O futuro, é pleno de motas e motorizações pois o homem nunca hesitou quando a tecnologia lhe dá uma vantagem face à natureza. A grande dificuldade em ser "tow inner" hoje em dia parece ser ter dinheiro para comprar uma mota, e mante-la.
Se ao ínicio se pensava que o tow era um meio para apanhar ondas impossíveis de remar, depressa se verificou que era uma caixa de pandora. É praticavel em todos os tipos de ondas e como é natural existem praticantes de todos os níveis. No Brasil face a proliferação de motas, tiveram de proíbir o tow em dias minusculos.
Mas entretanto ainda convivem os dois modos de estar nas ondas grandes. Os bodyboarders esses, face as maiores possibilidades do booguie até parecem não querer muito com os jets. Naquele pico que foi escancarado em directo (o que pensarão os locais disto?) os bodyboarders nunca mostraram outro desejo senão conquistar o pico "a unhas". Se partirmos então do pressuposto que a remada é muito mais perigosa e complicada que o tow, e estes vem sempre de fora, a grande questão é então a seguinte: Quem tem a prioridade?
2 comentários:
A questão do tow in é, no mínimo, controversa. No limite, é a única maneira de fazer ondas XXL. Mas dropar ondas de 4 metros e abaixo com mota de água é pouco menos que batota. Motas de água...nim. Porque surfar é a comunhão do homem com o mar, com o mínimo de tecnologia possível. Aplausos para os valentes Ricardo Faustino e João André que mostraram como se faz.
Sou contra o Towin!! quanto a mim tira o espirito da coisa! Dá belas fotos, mas as fotos não captam a alma da coisa!É o mundo dos media...
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