Anda toda a gente muito indignada ultimamente com o caso do rendimento minimo dos ciganos do bairro de loures. A agitação é muita e esgrimem-se os mais disparatados preconceitos nomeadamente no que diz respeito à manha da "raça" e á vileza da condição social. No fundo o que está em questão é o uso indevido de verbas públicas (de todos nós) especialmente num momento difícil para as maioria das pessoas.
No entanto assim de repente consigo pensar em vários casos a quem deve interessar tanto escarceu acerca do esbanjamento social e que devem estar a abrir as garrafas de champagne do alívio.
São eles os políticos que recebem diversas reformas ao mesmo tempo, os subsídios milionários de "reintegração" para ex-deputados, os gestores dos fundos europeus directos ao bolso, os milhares de empresários que auferem o ordenado mínimo, os autarcas corruptos das empreitadas sem concurso, os beneficiários das viagens "diplomáticas" constantes, os clubes de futebol a quem são sempre remediados terrenos, subsidios, acessos, estádios e o que mais faltar, os bancos que antecipam taxas de juros, as petrolíferas que aumentam quando o petróleo desce, e todos os mais compadrios, venalidades, desonestidades e todo o género mais de sacanisse que eu não me consigo lembrar agora, muitas vezes legal.
São os ciganos deluxe, e no que toca a desbaratar fundos do estado em proveito próprio muito mais profissionais e dedicados que qualquer outro dos últimos visados. Como sempre os bodes expiatórios são escolhidos à força da demagogia e do preconceito. Como sempre quem rouba milhoes nunca tem o beneficio do ultraje. Como sempre pretende-se mudanças que nada alterarão.
Existe um filme, o qual por vezes me relembro, o "leopardo" de visconti que trata exactamente de convulsões sociais. Em especial há uma frase emblemática nele que não me esqueci: "é preciso que tudo mude para que tudo continue na mesma".
Por vezes sim, parece necessária a revolta das pessoas, quando a pressão se torna demasiada, mas apenas para limpar o aspecto das coisas, para maquilhar as consciências. Há especialistas em direccionar o ressentimento. Para que a grande espoliação continue, impune.
3 comentários:
isto é, e sempre será, o aponta o dedo antes que te apontem a ti...se cheira mal, ha q culpar logo quem naquele momento nem com gazes estava....mas como toda a gente tem gazes crucifica-se logo os mais fracos...enfim, onde ha poder envolvido ha pessoas q nao lhe resistem e fazem tudo para se governar.Pena que os maiores e mais descarados "governos" veem no poder politico...se calhar por isso é que se chama Governo !?!!? (dedução estupida, mas foi o que se arranjou...)
Racismo tem muitas formas. Seja o tradicional em que se queimam cruzes ou os próprios discriminados, quer o outro racismo, a chamada discriminação "positiva" (como se isso existisse). A questão é que, pequeno ou grande, um bandido é sempre um bandido. E eu não gosto de chantagens, mesmo que de uma chamada "minoria".
Tanto me irritam os roubos dos senhores do BCP ou de Felgueiras, Gondomar, Marco de Canaveses e Oeiras (para citar alguns, mais óbvios, vigaristas) como o desses senhores a quem o Estado (o meu e vosso bolso) dá casas e que depois, não contentes em não pagar a renda e destruir as habitações, usam a alavanca da raça e do politicamente correcto para levar a sua avante.
Não sou cigano, pago impostos, não recebo o rendimento mínimo garantido, não ando aos tiros a ninguém. Tenho o direito à indignação, como qualquer cidadão, e não reclamo mais direito nenhum. Nem sequer uma casa, sentado à porta da minha Câmara Municipal.
concordo mr. charles!!!..os vigaristas estão em todas as classes, raças e estratos socias....meemo assim enerva-me muito mais os senhores do BCP (etc...)que vigarizam impunes, do que meia-duzia de ciganos q nao fazem por isso mas acham que tem direito a mais....é facil dominar estes..basta a policia de choque...
Os outros vao continuar impunes entre recursos e prescrições legais
venham mas é as ondas..a ver se isto refresca um bocado :)
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