
Os boogies são indubitávelmente a transformação tecnológica do espírito que subsistia em cada uma destas pranchas da madrugada do surfing. Mal sabem, esta irmandade da madeira, que o que fazem é reconstruir um mundo que já existe no bodyboard e no paipo há dezenas de anos. Infelizmente o conceito alaia tornou-se em parte um subproduto do surfe com todo o discurso e divagação que caracterizam os trends.
Como o bodyboard(prone) moderno (tal como o surfe) distancia-se do arcaico pela sua especialização numa determinada vertente. A diferença é que andar em pé é tão específico que as pranchas transformaram-se irremediavelmente num objecto monolitico em que apenas é possível ser utilizado de uma pré determinada forma. Pelo contrário, o bodyboard apesar da massificação do prone que como diz e bem o mr charles permitiu definir os limites do explorável numa onda, continua a ser um objecto aberto as mais variadas interpretações. Os especiais que a riptide e a movement, as duas maiores revistas do mundo, consagraram ao dropknee são bem exemplificativos da multi-dimensionalidade do bodyboard. O dropknee nada tem a ver com o bodyboard(prone), e o standup é completamente diferente de tudo, incluíndo o shortboard.
Se o paradigma da performance numa onda é hoje em dia ditado pelo boogie, isso não implica que se retire daí uma conclusão imperativa. Antes pelo contrário, a performance nada tem a ver com a espuma dos dias e andar numa onda é uma expressão heterogenea apesar de todas as tentativas para impôr um modelo único de prancha ao mundo(o shortboard).
1 comentário:
"...a performance nada tem a ver com a espuma dos dias e andar numa onda é uma expressão heterogénea..." Devolvo a citação porque nãoo diria melhor :)
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