localismo II

O localismo é bastante fácil de compreender. Existe na falta de uma ética cívica presente em todos os que frequentam as ondas. Quando não existe ética e a lei não se aplica vigora então a lei da quadrilha e do mais forte.

O desejo de propriedade só nasce quando existe um objecto suficientemente apetecível para o provocar. Por exemplo, o último pedaço de terra a ser disputado foi a antarctica. Por nada ter de apetecível (até agora). O localismo partilha do mesmo processo. Onde as ondas forem melhores é onde haverá o maior localismo. Se as ondas não prestarem não haverá localismo. Se construírem um reef artificial numa zona mediocre de ondas aparecerá aí o localismo.

Tomemos por exemplo paradigmático a costa da caparica. A única onda realmente boa da zona é a cova do vapor. É lá que se encontra concentrado o maior localismo. Segundo ouvi dizer ameaças, agressões e danos materiais não são inéditos. O fim único destas acções é para que alguns indivíduos apanhem mais ondas do que outros nesse pico.

Para algumas pessoas e já que certas barreiras e constragimentos éticos foram ultrapassadas, deixarem de ser localistas por simples pedagogia não me parece crível. A única maneira de diminuir o fenómeno do localismo na zona seria haverem mais picos como a cova do vapor.

É aqui que reside o interessante da questão. Com tanto foco ultimamente na reconversão das praias e na sua usabilidade para os desportos de ondas, replicar "covas do vapor" por toda a costa usando os esporões já existentes parece-me uma ideia mais do exequível.

O angulo, a configuração e as profundidades estão lá perfeitamente acessíveis para serem estudadas por engenheiros e "transferidas" para outras praias como solução última para tornar a caparica num éden de ondas perfeitas para o bodyboard.

3 comentários:

Anónimo disse...

Tenhamos noção do ridículo. Ser local de Peniche até percebo, mas querer ser local de um spot que fica a 30 minutos de carro a partir de praticamente qualquer lado da Grande Lisboa...esses meninos deviam era ter juízo.

PS: E percebo o localismo de Peniche, como os outros todos, na medida em que percebo a existência de outras aberrações. Estão lá, existem, percebo como surgiram e como se mantêm. Mas nunca deixarão de ser aberrações.

PS2: Já ninguém fala na "República dos Coxos"?

Anónimo disse...

Tenhamos noção do ridículo. Ser local de Peniche até percebo, mas querer ser local de um spot que fica a 30 minutos de carro a partir de praticamente qualquer lado da Grande Lisboa...esses meninos deviam era ter juízo.

PS: E percebo o localismo de Peniche, como os outros todos, na medida em que percebo a existência de outras aberrações. Estão lá, existem, percebo como surgiram e como se mantêm. Mas nunca deixarão de ser aberrações.

PS2: Já ninguém fala na "República dos Coxos"?

Anónimo disse...

Porque não ganhas coragem e escreves essa critica na Vert? É que aqui no blog ninguém lê...