dropknee II

Li há uns tempos numa revista dedicada especialmente ao dropknee, mason rose que é indiscutívelmente uma das pessoa mais dedicadas a esta modalidade afirmar: "o dropknee é incompreendido". O alcance desta afirmação penso eu não deve ser tomado de leve. Incompreendido como?

Quando leio comentários como "O DK é o estilo de waveriding mais dificil de todos! Não tem é nenhuma base que o sustente, uma vez que é ligado a ser um estilo do bodyboard" penso que estaremos mais proximos de descobrir afinal em que situação está o dropknee como desporto. Se considerarmos o bodyboard underground, então o dk é o cúmulo do underground. É tão underground que nem é sequer considerado um desporto, apesar de haverem praticantes 120% dk e pranchas 100% dk.
O que Mason tenta desvendar é que o DK é uma arte em si, mais empolgante até pela sua dificuldade e características técnicas. É isso como explica o que o leva a dedicar-se ao dropknee.

Por outro lado como considerar pouco funcional um desporto que influênciou a linha de onda do surfe? Para quem não sabe da história antes do cineasta Taylor Steele lançar o filme momentum e revolucionar o surfe enquanto desporto radical, ele passava tempo com os amigos a visionar imagens de Paul Roach a fazer dk. Paul é apontado como o propulsionador do surfe baseado no tailslide e grandes rasgadas apenas a surfar de joelhos numa prancha de bodyboard.

Mas vejamos o que praticantes tem a dizer sobre o assunto: "you get that super loose , rail-only feel and it freaking kicks ass- and it gives you a upright stance experience thats still close to the wave face and fits well into the tube - and it takes more skill than prone". Noutro caso, comparando com o surfe: "stand up surfing on a board with skegs will provide easier access to hold/drive relative to skill and therefore a more forgiving experience". Ou seja temos testemunhos directos de que se por um lado o dk confere uma sensação totalmente nova e técnica ao acto de "waveriding" por outro lado é bastante mais díficil que qualquer outra forma (bodyboard/surfe).

Quer isso dizer que faz todo o sentido separa-lo em termos etimológicos do bodyboard em si? Claro, apesar de ser uma vertente, melhor uma possibilidade extra, é em funcionalidade completamente diferente. A tentativa ridicula de misturar os dois estilos em competição colocou o DK num limbo do qual não conseguiu sair nunca para se afirmar. Se é possivel gostar de ver bodyboard e não gostar de ver dropknee, se são tão diferentes em natureza como foi possível tentar mistura-los?
Penso que isso responde à proxima interrogação, quem é que deve definir o que é o dropknee? Os próprios dropkneers.

Em portugal existiram e existem alguns bons praticantes. Nuno Cardoso o banana, que deve ter sido o primeiro dkneer a andar em el fronton, Nuno neto, o malogrado ricardo horta. Hoje em dia nomes como o próprio batata, diogo pimenta(que ficou em 4 na 1 etapa do mundial em ferrol) ou o zé gabriel. São individuos raros mas que sabem marcar a sua presença pela forma como abordam as ondas.

A haver campeonatos deverão ser eles a estrutura-los, se houver revistas/blogs/foruns tertulias, qualquer coisa devem ser os amantes deste desporto a organizar-se e a afirmar: o dropknee existe, é um dos desportos mais técnicos e prazerosos que conhecemos, o dropknee somos nós. Se nada mais for que apenas o gozo que transmite a alguns iluminados ainda melhor. A melhor resposta às reticências que algumas pessoas possam ter em relação ao dk talvez seja dada pelo próprio roach: quando lhe perguntaram (ele que agora apenas faz dk por prazer) que disesse uma razão para alguém fazer dk ele negou-se e respondeu: "não faço caridade para os capazes".

3 comentários:

Anónimo disse...

talvez eu tenha percebido mal...mas pareceu-me que falas do drop-knee como um desporto! Sinceramente acho mau separarmos as coisas! Bodyboard é: prone, dk e standup! Cada um escolhe as suas opções! Acho que isso é uma das coisas mais belas do bodyboard! Como os Hawaiianos dizem: The "Three in one" sport!

ass joao

www.punanimafia.com

Anónimo disse...

olá joão bem haja ver-te por aqui. Obviamente que dropknee é bodyboard e sempre será, mas não podes negar que é outra dimensão, tanto em sensibilidade como em técnica. Que o bodyboard tenha tantas dimensões distintas só torna este desporto tão mais fascinante. Penso até que alguma alguma abertura de espirito dos bodyboarders esteja directamente relacionada com isto. Mas se a pergunta específica é se são coisas diferentes a resposta é sim. Um pouco como futebol de salão, futebol de praia, fut volley, é tudo feito com uma bola, e as oportunidades infinitas, mas radicalmente diferentes entre si.

Anónimo disse...

Para os amantes do dk, http://www.youtube.com/watch?v=DUqe5t-6nt0

Fantástico :)!